Viajar é bom demais. Viajar relaxa, diverte e deixa a gente feliz. Mas você sabia que viajar pode deixar a gente mais criativo? Você sabe o que é a Síndrome de Wanderlust?
É isso que vamos falar neste texto
Estudos arqueológicos encontrados na Serra da Capivara, no Piauí, sugerem a presença de espécies primitivas de seres humanos vivendo por aquelas bandas há cerca de 50 mil anos. O curioso é que, até onde se sabe, viemos todos do leste da África, de uma região onde hoje seria a Etiópia.
Então que raios estaríamos fazendo em outro continente, numa era em que não tínhamos trem, navio, avião ou teletransporte?
Sim, meus amigos. Desde a época de nossos primos peludos que gostamos de dar um rolê por aí. Ao que tudo indica, fazemos turismo desde os tempos das cavernas.
Hoje é praticamente impossível encontrar um cantinho qualquer no planeta que não tenhamos colocado os pés ou esticado os braços para nos imortalizar numa selfie. Cada dia mais pessoas decidem bater perna por aí.
Somos curiosos por natureza. Gostamos de olhar buracos de fechadura, sonhamos em visitar praias paradisíacas, bisbilhotamos o quintal do vizinho e xeretamos a vida alheia no Facebook.
Uns anos atrás descobri que existe a Síndrome de Wanderlust. A pessoa não consegue ficar muito tempo num mesmo lugar, vive planejando as próximas férias, sente um prazer incontrolável em conhecer novos destinos e mal chegou de uma viagem já começa a planejar a próxima.
Tem gente que não gosta de viajar, prefere o conforto daquele pequeno pedaço de mundo que conhece, domina e confia, o pedaço do mundo que tem sua cara, seu formato, seu cheiro. E está tudo bem assim também. Cada um de nós tem um conceito próprio do que seja ser feliz.
Mas tem cada vez mais gente que deseja conhecer lugares novos, mesmo que não seja em férias. Você pode ir à padaria por caminhos diferentes, em horários diferentes e de vez em quando em padarias diferentes também.
Verdade seja dita, quem viaja gasta ou investe dinheiro e às vezes entra numas furadas também.
Mas quem viaja também ganha cultura, expande seus horizontes, aumenta seu repertório e sobretudo aumenta sua tolerância para as diferenças que nos tornam humanos, demasiadamente humanos. Viagem é uma das raras coisas que quanto mais você gasta, mais rico (por dentro) você fica.
Mas para que viagem mude você por dentro você precisa estar aberto ao novo. Ontem, aqui nesse hotel onde eu estou eu presenciei uma cena engraçada no restaurante. O bufete do hotel tinha um zilhão de opções de comidas, saladas, massas, peixes, carnes, pratos típicos, pratos vegetarianos, quase tudo que você possa imaginar. E tinha um senhor americano que estava tentando em vão se comunicar com a moça do restaurante. É que ele não estava encontrando onde ficava o X burguer. E de fato não tinha xburguer. Eu também gosto de xburguer. O problema não é esse. O homem voou 10.000km pra chegar aqui e querer comer a mesma coisa que ele come todo santo dia. Eu sei que a gente sente saudade da nossa comida, mas se você não se abrir ao novo é como se fosse uma não viagem dentro da viagem. Às vezes você vai quebrar a cara e às vezes você vai descobrir coisas fantásticas também.
No final dos anos 80 eu fiz uma viagem para Buenos Aires na Argentina e no meu primeiro dia lá descobri que estava tendo um festival de rock gratuito numa praça da cidade. Chegando lá quem estava tocando? O Paralamas do Sucesso e uma multidão de argentinos cantando junto com eles. Naquela viagem eu comprei um monte de disco de bandas argentinas e até hoje curto muitas delas. É hoje você tem a internet, dá para descobrir de a graça coisas de outros países sem sair daqui.
Viajar normalmente é fonte de descoberta, aprendizado e felicidade, mas nem sempre, porque normalmente você leva VOCÊ para viajar com você. E se você for rabugento ou estiver ruminando alguma fase ruim, você vai ser infeliz até em Paris, porque você levou o inferno dentro de você para passear junto com você.
Viajar pode também ser fonte de criatividade e inspiração, justamente pelo contato com uma matéria prima diferente, de costumes, língua, comportamento e cultura. A lista de artistas que utilizaram o repertório de viagens como inspiração para suas obras é interminável.
Então é isso. viajar é diversão, diversidade e criatividade.
Viver é preciso, viajar também.
Espero que você tenha viajado comigo!
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ALEXANDRE CORREA é Palestrante e CEO da MIND PESQUISAS. Pós graduado em Administração de Marketing, possui um Master em Comunicação Empresarial (MBC) e cursou a Escola Avançada de Pesquisa de Mercado na University of Georgia (Atlanta/EUA).
Já morou no Sul e no Norte do país. Vive sempre no mundo da lua e atualmente mora mesmo é nas estradas e aeroportos do mundo.
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