O aumento da longevidade é uma tendência mundial. E viver mais, sobretudo viver mais e com saúde, é uma grande conquista e que a gente tem que comemorar. Afinal de contas, a VIDA é o bem mais precioso que a gente possui.
Viver muito é uma conquista, mas isso traz alguns desafios também. Um deles é para os sistemas de previdência. Se as pessoas vão viver cada vez mais, elas vão precisar de reservas financeiras cada vez maiores para suportar esses anos a mais de usufruto da aposentadoria.
É por isso que muitos países vêm alterando as regras previdenciárias, implantando cálculos mais rigorosos para concessão do benefício, aumentando a idade mínima, o tempo ou o valor das contribuições.
Um país que sempre teve o sistema de previdência elogiado pelos técnicos foi o Chile, que utiliza um modelo bastante diferente do brasileiro.
O Brasil adota o sistema de repartição simples, ou seja, a contribuição de todos os trabalhadores na ativa servem para financiar as aposentadorias de quem já parou de trabalhar. No passado esse modelo funcionou, porque as pessoas não viviam tanto e porque o número de trabalhadores na ativa era muito maior do que é hoje.
No Chile o sistema é diferente: cada trabalhador contribui para a sua própria aposentadoria. Ou seja, o que ele vai receber no futuro é fruto das contribuições que foi capaz de acumular ao longo de sua vida profissional.
Esse é um sistema mais sustentável, porque não sofre com as oscilações na proporção entre trabalhadores na ativa e aposentados e onde o risco de déficits estruturais é muito menor.
Entretanto, é também um sistema que pode ser mais severo para os trabalhadores, que só vão usufruir do que forem capazes de amealhar ao longo da carreira e o saldo final disso nem sempre é muito satisfatório.
Aqui no Chile são comuns os protestos de aposentados. Para se ter uma ideia, a aposentadoria média tem sido de aproximadamente metade do salário mínimo oficial (que aliás é bem maior que o salário mínimo do Brasil). É provável que o sistema chileno também precise de alguns ajustes para conseguir conciliar as necessidades não apenas da sustentabilidade mas também do poder de compra dos aposentados. Um dos caminhos que se estudam é um melhor equacionamento das reservas através de contribuições tripartites: dos trabalhadores, dos empregadores e do governo.
O exemplo do Chile mostra os desafios dos sistemas de previdência em todo mundo para equilibrar finanças públicas, competitividade do mercado de trabalho e proteção social aos cidadãos de maior idade.
Previdência é tema polêmico em qualquer lugar, mas a melhor solução é sempre o debate isento e transparente do que é melhor para a sociedade.
Se você quer estar atento às mudanças que a Revolução Prateada gera em todo o mundo, continue lendo os textos do blog. E vida longa!